A rotatividade de pessoal ou turnover é um assunto atualmente debatido com frequência dentro das empresas, sobretudo entre gestores e responsáveis de recursos humanos. O recrutamento e o desligamento são processos que envolvem uma enorme demanda de energia e também recursos financeiros e logística. Por isso, o cuidado em manter colaboradores o máximo possível na empresa deve ser uma prioridade corporativa.
Não raras vezes, cria-se a ideia equivocada de que a rotatividade de pessoal é responsabilidade exclusiva do funcionário: se ele sai da empresa é por escolha própria. Com essa visão, os colaboradores acabam sendo os únicos responsabilizados pela sua própria falta de motivação, entretanto, será que não há uma parcela de responsabilidade na empresa diante disso? O que os gestores propõem para contornar essa adversidade?
Quando se começa a olhar para o turnover como a consequência de algumas medidas não tomadas (ou mal tomadas) dentro da instituição, começa a surgir uma luz ao fundo do túnel. As variáveis envolvidas na motivação e manutenção de pessoal são diversas e envolvem fatores internos e externos. Confira os principais razões que estão na origem de um turnover elevado!
Rotatividade de pessoal: onde começa o problema?
É impossível falar de recursos humanos na época atual, sem mencionar a geração Y ou millennials. Afinal, eles representam grande parte da força de trabalho dos mercados contemporâneos. Estas pessoas, com idades entre os 20 e os 40 anos estão desafiando os paradigmas antigos do propósito do trabalho. Pode até parecer que esse é um assunto um tanto ou quanto filosófico. No entanto, a verdade é que, às vezes, temos de sair um pouco da “caixinha” do óbvio para conseguir entender e resolver problemas. E a realidade é que as razões que motivavam as pessoas a trabalhar no passado não são mais as mesmos.
Hoje em dia, o colaborador está muito mais focado em encontrar sentido na sua carreira, na auto-realização, no planejamento de futuro e em atingir objetivos. Muitos gestores e profissionais de RH não estão sabendo se adaptar às novas necessidades de autonomia e flexibilidade requeridas pela nova geração Y. E é nesse momento que começam os problemas. É possível classificar os motivos do turnover em diferentes categorias, porém o mais conveniente é começar por analisar causas internas e externas.
Causas internas
A grande maioria das causas internas de rotatividade de pessoal são controláveis. Essa é uma ótima notícia não é mesmo? Talvez controlar seja um termo muito forte. São causas que podemos ao menos influenciar. Normalmente, são assuntos relacionados com princípios básicos de remuneração e condições de trabalho propriamente ditas, problemas de relacionamento, falta de eficiência gerencial, entre outros fatores relacionados. Aspectos relativos à cultura organizacional e produtividade também podem ser encaixados nesse perfil de causas.
Causas externas
Nas causas externas podem incluir-se os elementos relacionados com o mercado geral de trabalho e também condicionantes sociais, econômicos e financeiros globais. São fatores de difícil controle por parte da empresa, mas que devem ser também colocados na equação.
Nessa análise breve dos fatores que levam a um elevado turnover fica bem óbvio que o foco das empresas deve ser o controle das causas internas. Esse é o momento de você conhecer 5 dicas imperdíveis de como evitar a alta rotatividade de pessoal!
1. Melhore a qualidade de vida dos seus colaboradores
Quando se contrata um funcionário, em geral o esperado é que ele cumpra as suas tarefas e desempenhe bem o papel para o qual foi designado. Entretanto, os gestores (eventualmente) esquecem que boa parte desse desempenho vem de uma relação madura, equilibrada e feliz com o ambiente de trabalho e a cultura da empresa. Por isso, é essencial que cada um dos colaboradores seja tratado como um indivíduo único (onde suas expectativas devem ser observadas e levadas em conta), porém que faz parte de uma matriz global, de um grupo que para funcionar bem, precisa estar coeso e alinhado. Flexibilidade de horários, planos de salários (e de carreira) claros e alguns benefícios diferenciados, como acesso a lazer ou planos de saúde melhores, podem ser alguns pontos a analisar que fazem toda a diferença.
2. Estabeleça metas individuais e de equipe
As pessoas necessitam ter objetivos de curto, médio e longo prazo para cumprir. Isso vai manter as suas mentes ocupadas e estimuladas a melhorar a performance. Contudo, é vital que os escopos traçados tenham um significado real para empresa. Nunca é demais lembrar que a cultura corporativa tem que estar permanentemente em equilíbrio com as políticas corporativas. Quando esse pormenor não está bem alinhado, as metas parecem não ser reais (inatingíveis) e os recursos humanos acabam se exaurindo e se perdendo em tarefas sem propósito.
3. Defina oportunidades e desafios para os seus colaboradores
Quando o intuito maior é diminuir a rotatividade de pessoal, definir oportunidades e desafios é a melhor forma de estimular a proatividade e motivação pelas atividades diárias e rotineiras. Lembra que a geração Y precisa sentir que está crescendo profissionalmente, para se manter engajada? Pois é, nesse sentido existe uma demanda quase constante por desafios e isso acaba sendo muito vantajoso para a própria empresa. O importante é que toda a instituição saiba exatamente onde quer chegar e quais as ferramentas usar ao longo desse percurso.
Mas como assim criar oportunidades e desafios? Na prática, isso quer dizer exatamente o quê?
Steve Olenski, um profissional influente do Mundo do Marketing, aborda o tema de forma bastante prática e direta num artigo da Forbes. Olenski reforça o caminho nefasto da compartimentação dos funcionários dentro do seu departamento ou função. Se é verdade, que a especialização tem grandes vantagens, não é menos verdade que ser multifacetado é um fator diferenciador para um funcionário. A sua sugestão passa por abrir portas dentro da própria instituição e permitir que os colaboradores possam assumir responsabilidades diferentes da sua função de trabalho. O job rotation, permitir que um colaborador trabalhe um tempo em outra área é o primeiro passo. Quem sabe se o seu profissional de TI não possui ótimas competências comerciais? Para além de tudo, essa quebra de barreiras dentro da instituição, funciona quase como um treinamento. Com o passar do tempo, o conhecimento e consciência da organização como um todo, por parte das pessoas que nela trabalham, aumentará sua compreensão para com os outros. Da mesma forma, cada colaborador se sente como uma parte de um novo desafio, desenvolvendo novas habilidades e pensamento crítico. As chances de sucesso em qualquer papel ou demanda futuro aumentam drasticamente.
Quem vai querer sair de um lugar onde se consegue visualizar esse tipo de crescimento e perspectivas de futuro?
4. Trabalhe os relacionamentos, derrube barreiras
A verdade é que a maior parte do nosso dia é passado no trabalho. Se a empresa não for um local aprazível e de convívio saudável, o cotidiano torna-se pesado e cinzento. A falta de relações positivas dentro das instituições constitui um dos grandes motivos de desligamento de colaboradores das empresas. E não estamos falando apenas de convivência entre colegas próximos. Estamos falando de conexão entre, gestores e demais funcionários. A comunicação clara, respeitosa e aberta entre todos os profissionais de uma instituição é meio caminho andado para uma produtividade de excelência. E não se engane: saber se relacionar e fazê-lo de forma empática nem sempre é um talento que nasce com as pessoas, ou mesmo é valorizado por elas. Muitas vezes, esse é um ponto que requer muito aprendizado e treino.
Às vezes para grandes problemas, grandes remédios, não é assim que diz o ditado? Quebrar barreiras não é uma forma metafórica de falar, é uma sugestão real. Se as pessoas estão fechadas em seus cubículos, apenas com seu pequeno mundo disponível, como fazê-las se relacionar de formas saudáveis? Projete espaços físicos que incentivem uma fluidez de exploração entre colegas, gestores e administradores. Abra portas, elimine obstáculos.
Promova convívios, mesmo dentro do horário de trabalho. Uma conversa descontraída de 30 minutos entre gestores e demais colaboradores, pode fazer aumentar em larga escala a produtividade nas horas seguintes. Esse não é tempo perdido, é tempo ganho trabalhando o relacionamento.
Proporcione um ambiente de feedback construtivo, mesmo que para isso seja necessário treinamento específico (falaremos da importância da capacitação já de seguida)!
Dar retorno não significa criticar, repreender ou desaprovar. Em vez disso, inclui identificar problemas e apresentar recomendações específicas para melhorias e desenvolvimento, que devem ser fornecidas em momentos específicos e, sempre que possível, planejados. Essa é uma das formas mais importantes de trabalhar relacionamento dentro de uma empresa. Fornecer retornos regulares de performance, para que possíveis erros possam ser corrigidos antes que atinjam proporções maiores. E claro, nunca esquecendo o elogio quando o trabalho é bem feito. Não precisa poupar palavras, nesse momento, ok?
5. Tenha um plano de treinamento e capacitação contínuo
Esse é um ponto chave quando o assunto é rotatividade de pessoal: treinar para capacitar e desenvolver. Todos os pontos anteriores podem ser gerenciados e apoiados com um plano de treinamento feito baseado nas necessidades da empresa. E a capacitação passa por todos os pontos sensíveis dentro da instituição, desde melhoramento de processos até relacionamentos com líderes.
Você pode até ter uma empresa com uma visão definida, um produto de qualidade e diferenciado dos demais e colaboradores especializados. Se esses três pontos não formarem uma liga única, de que adianta todo o esforço? A verdade é que garantir que existe um plano de treinamento devidamente planejado, coeso e alinhado com as políticas empresariais pode assegurar uma maior motivação dos colaboradores e obviamente a sua permanência na empresa.
E falando em treinamento, é bom lembrar que as opções e ferramentas existentes atualmente são muitas! Formar já não tem que implicar uma sala de aula física e horários que impactam o normal funcionamento da sua empresa. Procure conhecer um pouco do universo EaD corporativo, suas vantagens e possibilidades. É um admirável Mundo Novo cheio de oportunidades para fazer seus recursos humanos se sentirem valorizados e livres para produzir inovação.
Fale com um especialista e descubra como o e-learning pode viabilizar mais ações de treinamento em sua empresa.
E na sua empresa? Que medidas está tomando para evitar a alta rotatividade de pessoal ? Partilhe sua experiência com a gente nos comentários
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Que bom que gostou, Eudio! Obrigado.