Antes de nos aprofundarmos no tema, saiba que este é um artigo que faz parte da sequência sobre Tudo que você precisa saber para criar um treinamento bem sucedido. Confira no mapa abaixo onde você se encontra nesta jornada.
Uma coisa que nos chateia bastante são os projetos que, ou não saem do papel ou entram em estagnação logo no começo, porque “produção de conteúdo é muito caro”. Oras, preço alto é muito vago para ser a explicação para abandonar um projeto em andamento. Pois caro mesmo é ter uma equipe precisando do conhecimento e não ter treinamento. Ou deixar a equipe desnecessariamente aprendendo sozinha, na base da tentativa e erro. E quem paga por esses erros?
Hoje em dia, existem centenas de formas de fazer a produção de conteúdo EAD e agora, vamos te apresentar uma que, sem dúvida, é muito barata: Produzir o treinamento EAD usando o PowerPoint. Isto é, usar o PowerPoint como ferramenta de autoria e o melhor, obtendo ótimos resultados!
Ao longo deste artigo, você vai ver como isto pode ser verdadeiramente genial. Afinal, praticamente todo mundo têm acesso e sabe usar o PowerPoint. Todavia, através dele você se torna independente na hora de fazer a produção de conteúdo, e também na hora de atualizá-lo. Por fim, você verá também que pode mesclá-lo com outras formas de conteúdo, aproveitando ao máximo tudo que já tem em mãos.
Mas, como eu chego lá?
Para mostrar como fazer a produção de conteúdo de um curso em EAD usando apenas o PowerPoint, neste artigo vamos passar pelos seguintes assuntos:
Planejamento mínimo
Pelo menos um mínimo é importantíssimo! Coloque no papel. Quem você pode contar para te ajudar na hora da produção de conteúdo? Quais ferramentas você tem disponível? E o seu prazo? Ah, o prazo é a coisa mais importante. Não sei o que “queima mais o filme”, ter um prazo e não cumprir ou ficar fazendo um trabalho eternamente, quando nem os seus pares acreditam mais que vai ser entregue.
Por isso, estabeleça um. Deixe uma margem de segurança e se planeje para cumpri-lo. Ainda que para isso alguns ajustes fiquem de fora. Pois, é normal!
Captação do Conteúdo
A parte mais crítica da produção de conteúdo é.. O conteúdo! Como gestores e instrutores, essa é a especialidade de vocês, correto? Então já estamos melhor do que muita gente. No entanto, ter o conteúdo na cabeça de um instrutor não é o suficiente para começar. Primeiro precisamos ter o conteúdo documentado. Então para começar você precisa ter esse conteúdo escrito, pode ser no papel, no Word ou no PowerPoint.
Dica: Se você já estiver trabalhando no PowerPoint, resista a tentação de ir construindo o conteúdo e ao mesmo tempo ir dando acabamento. Isso pode parecer racional, mas na maioria das vezes você não está na máxima produtividade. Nesta etapa, concentre todas as suas energias em juntar em um único documento, todo o conteúdo relevante para o curso. Deixe o resto para as próximas etapas.
Caso já tenha um arquivo de PowerPoint que usa em cursos presenciais, é um bom começo. Certamente esse arquivo não contem tudo que é falado em sala de aula. Use esse documento como guia e escreva o que falta. Se não couber todas o conteúdo nos slides, você pode escrever também no espaço de anotações que cada slide do PowerPoint possui.
Design Instrucional
Antes de começar essa parte, abra um arquivo separado, deixando o arquivo com o conteúdo intocado. E, se você mudar de ideia ou o perder, sua fonte esterá protegida. Portanto, para isso, um backup fora da do seu computador é uma boa ideia. Com o conteúdo em mãos, de preferencia a seguir de agora em diante no PowerPoint.
As ferramentas do EAD são diferente do presencial, mas os conceitos são parecidos. Precisamos dividi-lo, reorganizá-lo e adaptar a linguagem, ou seja, ajustá-lo para melhor compreensão e retenção do nosso público.
Esse trabalho é chamado de Design Instrucional. Se você tiver um pedagogo a mão, ótimo, se não, não se preocupe! Com atenção a alguns pontos você pode dar uma grande ajuda aos seus alunos.
Veja:
Linguagem: avalie se a linguagem do conteúdo está adequada ao seu público alvo. Em alguns casos é interessante reescrever alguns trechos, ou até o conteúdo inteiro para se adequar melhor ao seu público.
Sequência: a sequência das informações está fácil de entender? Alguma informação ficaria mais clara se fosse apresentada antes ou depois de outras?
Divisão do conteúdo: onde o aluno vai fazer esse curso? A ideia é que ele faça tudo de uma vez? Ou será que dividi-lo em pequenas aulas se adequará melhor a sua agenda? Uma boa pode ser dividir o conteúdo, fazendo com que não haja excesso de informação em uma mesma tela. Talvez seja interessante complementar o conteúdo com uma locução, ou talvez não, se o público vai fazer o curso em trânsito e o som for um problema.
Suas próprias respostas a essas perguntas já serão um bom guia para você ajustar o conteúdo. Tomar decisões de design consciente é um grande passo para um resultado de qualidade.
Ainda sobre divisão do conteúdo, lembre que o conceito de aulas no EAD assíncrono é bem diferente do presencial, já que os horários são definidos pelo aluno. Você não precisa ter todas as aulas da mesma duração, e ao contrário, uma variação é recomendada.
Aliás, nem a forma precisa ser padronizada. Nesse artigo estamos falando de construir aulas-web com o PowerPoint. Você intercalar esse tipo de conteúdo com outros tipos, como videoaulas, por exemplo.
Veja a imagem ao lado de uma sequência de aulas de um curso (fictício!).
As empresas e os setores das empresas tem culturas muito diferentes, então não existem respostas absolutas nessa área. Ainda assim, existem algumas práticas que tem sido cada vez mais aceitas. Leia mais nesse artigo.
Capacite-se!
Estamos desenvolvendo um Curso de Design Instrucional que visa ensinar os conhecimentos necessários para um Gestor de Treinamento que não tem experiência em desenvolvimento de cursos online. Como o nosso blog, será um curso rápido e muito prático, para que em poucas horas você entenda o que é preciso, como fazer para lançar um curso para sua equipe.
O Design Gráfico
Antes de entrar nos itens de design gráfico, vamos analisar quem fará esse trabalho. Algumas equipes tem um designer gráfico no time, ou tem outro departamento na organização que pode ceder um recurso por curto espaço de tempo para dar essa ajuda no projeto. Se você tem alguém com qualificação nessa área para ajudar, ótimo. Mas se não tem, não é motivo para abortar o projeto.
Ainda mais por estarem usando powerpoint. Muitos “não designers” fazem milagres no PowerPoint! Assim como no tópico sobre Design Instrucional, mesmo essa não sendo a sua área, com atenção a alguns pontos, você vai conseguir ótimos resultados.
Lembre-se: Sua missão aqui é mais do que tornar o curso visceralmente atraente. É também torná-lo fácil de usar e principalmente fácil de entender.
Consistência visual
Um fator para ficar atento é a consistência. Isso é, as telas do treinamento devem ter uma similaridade entre si. Algumas recomendações são:
- Estabeleça uma margem padrão e respeite-a sempre;
- Use uma paleta fixa de cores;
- Escolha no máximo dois tipos de tipografia (fontes);
O tamanho das fontes também. Padronize 2 ou 3 tamanhos, e mantenha-os sempre.
Adote também os mesmos ícones, bullets e setas em todo o conteúdo.
Se criar isso ficar difícil ou um pouco desgastante para você, uma alternativa interessante pode ser procurar um template pronto na internet. Templates são arquivos com um estilo pronto para você inserir o seu conteúdo. É uma alternativa para você manter uma boa consistência visual, um toque importante de profissionalismo na sua produção de conteúdo.
No link a seguir você pode baixar gratuitamente um template da Líteris para usar e se inspirar.
Imagens e ilustrações
Estamos falando de imagens que devem ajudar na compreensão do conteúdo, e não servir apenas como enfeites. Nada contra algumas imagens para deixar o curso mais bonito, mas a prioridade é identificar se no conteúdo, existem tópicos que pedem tais imagens. Na etapa de design instrucional, isso pode ter sido identificado, mas agora é necessário executar.
Bancos de imagem podem parecer caros, mas o tempo gasto buscando boas imagens gratuitas e editando-as também acaba saindo bem caro. Pense nestes serviços pagos como um investimento, especialmente para economizar tempo.
Locução
Ok, esse assunto não está exatamente relacionado ao design gráfico, mas está na categoria acabamento, por isso entrou aqui. Você só pode se preocupar em gravar o áudio depois de ter todo o resto definido. Isso porque corrigir o script da locução é bem mais fácil do que gravar a locução novamente.
Chamamos de locução (ou narração), a voz em off, isto é, sem mostrar o rosto do locutor, e que complementa o conhecimento apresentado visualmente.
Através do PowerPoint você conseguirá gravar esses áudios, pois ele tem um recurso específico para isso. Outra alternativa é gravar em outra ferramenta e importar em cada slide. Neste último caso, você também pode terceirizar a gravação, utilizando um locutor profissional, gravando em estúdio, por exemplo. Esse artifício vai dar um toque de profissionalismo ao conteúdo.
Ah, vale lembrar que nós fazemos este trabalho de gravação de locução! Se precisar de uma ajudinha é só entrar em contato com a Líteris!
Mas, caso você decida gravar sozinho, use estas três dicas básicas e muito importantes:
- Escolha bem o local: de preferência, que seja um lugar tranquilo. O silêncio é muito importante, não só para a qualidade da gravação, mas também, para que você possa se concentrar sem ser interrompido;
- Aposte em um bom microfone: uma solução não profissional, mas aceitável é o Microsoft LifeChat LX-3000, vendido por menos de R$150.
- Pratique: isso vai melhorar exponencialmente a qualidade da sua locução.
Revisão
Depois de terminar, salve o arquivo, faça o backup e vá descansar. Em outro momento comece a revisão. Se possível, peça para que outra pessoa revise depois de você e anote uma lista de ajustes. É normal aparecerem centenas de erros que você não notou… Não se martirize com isso.
E sobre as listas de correção, cuidado! Algumas ideias de melhoria vão levar tanto tempo para serem executadas, que pode não valer a pena fazê-las.
Conversão de PPT para elearning: HTML5 e SCORM
O Powerpoint é uma grande ferramenta, mas não é específica para esse fim. Por isso, com o curso pronto, é hora de converter o arquivo – ou os arquivos PPTX – para o formato SCORM e HTML5.
Existem várias ferramentas no mercado que fazem isso, como o Articulate Storyline ou o Adobe Captivate, por exemplo.
Se você não quiser investir nessas ferramentas, nem aprender como fazer, a Líteris também fazer essa trabalho avulso, é só falar conosco!
O objetivo dessa conversão é: Converter o curso para que seja compatível com plataformas de EAD, através do padrão SCORM
Publicar na Plataforma de Treinamento LMS
O produto final da conversão é um arquivo compactado com Zip, apelidado de pacote SCORM. Próximo passo: Publicar esse pacote SCORM na sua plataforma para que ele fique acessível para todo público alvo, e você possa mensurar a participação e os resultados.
Pronto, você tem seu primeiro curso!
Agora pense em evoluir gradualmente. Não pense que você vai sair fazendo tudo perfeito logo na primeira tentativa. Procure terceirizar o que você acha mais difícil e, com tempo e experiência, avaliar o que vale a pena fazer sozinho ou contratar. O importante é lançar os cursos, pegar bons feedbacks dos alunos e ir refinando.
Especialmente para quem vende cursos, a cada venda você pode coletar feedbacks pela plataforma e melhorar o que realmente causa impacto no cliente (treinando). E quando o curso gerar receita o suficiente, SE necessário, você pode nos contratar para refazer alguns pontos que identificar que vale um investimento extra. Ou talvez não seja necessário. Você vai se surpreender como a sua opinião pode ser diferente da de seu público-alvo.
Deu pra visualizar que existem muitas alternativas para chegar no seu objetivo? Aqui abordamos um caminho, usando uma ferramenta em particular. Você acredita que essa alternativa pode se encaixar melhor com o momento da sua organização? Conte pra gente o que achou através dos comentários!
Foi um achado maravilhoso encontrar a Literis. Parabéns para toda a equipe.
Muito obrigado Miller! Seu retorno é um grande incentivo.
Gostei bastante desse texto, principalmente, porque há uma preocupação com a clareza e simplicidade do tema abordado. Parabéns.
Oi Ana, obrigado!